Células-tronco adultas reprogramadas retiradas de humanos com distrofia muscular permitiram atenuar os sintomas da mesma doença em ratos de laboratório, revela um estudo publicado.
Trata-se de um progresso significativo para o futuro desenvolvimento de terapias genéticas utilizando células-tronco modificadas, destacam os autores do trabalho, liderado pelo doutor Yvan Torrente, da Universidade de Milão, e publicado na revista Cell Press de dezembro.
A distrofia muscular de Duchenne é uma doença genética hereditária e incurável, transmitida pelas mães e que afeta apenas os filhos homens. A enfermidade afeta progressivamente o conjunto dos músculos do organismo.
O problema é causado por uma mutação genética que impede as células de produzir uma proteína que tem um papel-chave na atividade elétrica dos músculos.
Os pesquisadores reprogramaram o DNA das células-tronco para que ignorassem a mutação, o que levou à produção de uma versão mais curta, porém ativa, da proteína.
Os ratos tratados com estas células-tronco desenvolveram músculos mais fortes e puderam correr por mais tempo em uma esteira que os animais não tratados.
Em novembro passado, outra equipe de cientistas produziu uma molécula sintética que elimina as contrações involuntárias dos músculos, principal sintoma da distrofia muscular.
A distrofia muscular de Duchenne, nome do médico francês que identificou a doença, é a forma mais severa de distrofia muscular.
Os meninos com a doença perdem a capacidade de caminhar entre os 7 e os 12 anos de idade e morrem em 20 anos por deficiências nos músculos cardíacos e pulmonares.
Com os avanços nas experiências, em breve muitas doenças terminais serão curadas com terapia celular.
Fonte: WASHINGTON (AFP) - 05 de janeiro de 2008