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Fiocruz participa de pesquisa para tratamento de paraplegia e doença de Chagas

Segundo os pesquisadores, muitos outros estudos serão realizados a partir dos resultados dos primeiros testes.

O que poderia ser definitivo na vida de milhares de pessoas com paraplegia, que têm como grande sonho poder um dia voltar a andar, já é uma esperança de mudança. Novas conquistas na medicina estão sendo alcançadas em pesquisas com células-tronco, realizadas por um grupo de médicos baianos. Depois de muitos meses desenvolvendo o trabalho em cães e gatos com a deficiência física, onde os testes preliminares foram considerados bastante satisfatórios, agora, com pioneirismo no país, será a vez de realizar os testes clínicos em humanos. Vinte pacientes voluntários estão participando, desde o mês de agosto, do protocolo de pesquisa com células-tronco de medula óssea, que está sendo realizado pelo Centro de Biotecnologia e Terapia Celular do Hospital São Rafael (CBTC), em Salvador. A pesquisa é realizada pelo Monte Tabor/Hospital São Rafael, em parceria com o Hospital Espanhol, a Fiocruz e o Centro Universitário da Bahia e é financiada pelo Ministério da Saúde.

De acordo com a coordenadora do projeto, a imunologista Milena Soares, cada pessoa selecionada terá seu material colhido do próprio osso da bacia, depois as células irão ao laboratório para cultivo e testes. Em seguida, o paciente irá novamente para cirurgia, mas dessa vez para a inserção das células na área da coluna que foi fraturada. "A partir desta fase, cada participante da pesquisa passará por um intenso programa de fisioterapia para reabilitação. No total, esse trabalho terá dois anos e a equipe multidiscilpinar envolvida no projeto está bastante otimista", declara a pesquisadora.

Segundo o neurocirurgião Marcus Vinícius, que faz parte da equipe médica do projeto e é o responsável pelo transplante de células, esse trabalho é a ponta do iceberg e muitas outras pesquisas serão realizadas a partir dos resultados desses primeiros testes. "Estamos começando uma estrada, e temos muito caminho a percorrer. Apesar de vários estudos e vários tratamentos, até o momento não existe nada na medicina que resolva o problema, nenhum leva a algum resultado. E estamos tentando gerar um", pontua Marcus Vinícius.

O neurocirurgião comenta que ainda há vagas para voluntários, pois para esse primeiro momento há uma série de pré-requisitos, a exemplo da lesão não ter sido ocasionada por arma de fogo ou algum material perfurante, e esta ter mais de seis meses. Os interessados podem se inscrever por meio do email [email protected].

Pesquisa ajudará portadores da doença de Chagas

Além de portadores de paraplegia, o Centro de Biotecnologia e Terapia Celular (CBTC) do Hospital São Rafael vai desenvolver pesquisas com portadores da doença de Chagas, doença adquirida por um parasita e que em muitas pessoas não apresenta sintomas. A pesquisa será para identificar a forma correta do tratamento seja ela terapêutica, imunológica ou por terapia celular, no intuito de bloquear ou inibir a evolução da doença para a forma cardíaca.

"Precisamos compreender melhor os motivos pelos quais os indivíduos portadores da forma indeterminada da doença de Chagas vivem tanto tempo sem apresentar os sintomas, mesmo com sorologia positiva, ou seja, coexistindo com a presença de parasitas", diz o imunologista e coordenador do Estudo Multicêntrico de Terapia Celular em Cardiopatia Chagásica, Ricardo Ribeiro, responsável pelo CBTC e pesquisador da Fiocruz Bahia.

Os estudos serão realizados no Laboratório de Cultura de Células Humanas e no Ambulatório Avançado de Doença de Chagas. Os voluntários a participarem do projeto terão acompanhamento terapêutico para insuficiência cardíaca e total assistência de uma equipe multidisciplinar formada por profissionais de medicina, enfermagem, psicologia, nutrição e fisioterapia.

CTBC - O Centro de Biotecnologia e Terapia Celular do Hospital São Rafael (CBTC) é o primeiro do Norte-Nordeste e um dos oito centros credenciados pelo Ministério da Saúde para manejo de células-tronco a nível de GMP (Good Manufacture Practice ou Boas Práticas de Manufatura). O Centro tem uma área de aproximadamente 700 m2, onde são realizadas pesquisas básicas e aplicadas na área biomédica, e investigações de doenças neurológicas (trauma raquimedular, epilepsia, lesão do nervo periférico); de doenças renais (insuficiência renal aguda), do diabetes (tipos 1 e 2, com foco na regeneração de lesões teciduais), doenças cardiovasculares, doenças hepáticas e do envelhecimento. Sobre este último, são monitorados e identificados os mecanismos que levam à transformação tumoral de células-tronco e a comparação do potencial terapêutico de células de diferentes origens.

Comentário CCB:

A FIOCRUZ, é um dos mais importantes centros de pesquisas do Brasil, liderada pelo Dr. Prof. Ricardo Ribeiro.



Fonte: Agência Fiocruz

Publicado em: 7 de novembro de 2010 às 00:11.
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