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Combinação de células-tronco pode ser alternativa para Parkinson, problemas cardíacos e diabetes

Pesquisadores de diversas partes do mundo realizam, cada vez mais, estudos baseados em células-tronco. Muitos deles são voltados para a técnica de combinações dessas células, como os estudos feitos por cientistas do Centro de Primatas da Universidade de Ciências da Saúde de Oregon (OHSU, na sigla em inglês), dos Estados Unidos. No início de 2012, eles anunciaram o nascimento dos primeiros macacos híbridos, fruto de uma combinação de células-tronco de seis diferentes embriões. Com isso, foram feitas algumas descobertas.

Experimentos envolvendo células-troncos em primatas ainda estão em fase inicial no mundo, e a equipe americana escolheu os macacos para traçar um paralelo e entender melhor como funciona esse processo em humanos. O objetivo é que, no futuro, a Medicina possa usar esse conhecimento para o desenvolvimento de órgãos e tecidos maduros e funcionais para o homem.

Além disso, a OSHU cultiva células-tronco em laboratório, com o objetivo de transformá-las em células maduras, como neurônios e tecidos para serem usados em transplantes. Os pesquisadores acreditam que a evolução dos testes e estudos nessa área possa levar a grandes avanços no tratamento de doenças, como mal de Parkinson, problemas cardíacos, diabetes e obesidade.

Você sabia?

- A medula óssea constitui uma combinação de células-tronco hematopoiéticas (precursoras dos glóbulos sanguíneos) combinadas com a rede de células do tecido conectivo. Essa combinação está sendo usada para tratar de certas anemias e leucemias, além de já ser usada há alguns anos para tratamento de doenças do sangue;

- Além das combinações de células-tronco serem alternativas para tratamento de doenças, também são promessas para a substituição de células nervosas danificadas em pessoas paralisadas;

- Quando cientistas utilizam combinações de células-tronco de uma espécie animal e geram outros seres da mesma espécie, os novos seres são chamados de "quimeras" (ser vivo da mitologia grega, que significa a união de duas ou mais espécies no mesmo corpo);

- No Japão, em 2003, cientistas desenvolveram a combinação de células-tronco com gordura, com o objetivo de aumentar os seios das mulheres;

- Em 2009, uma equipe da USP de Ribeirão Preto, conseguiu regeneração óssea após combinar células-tronco com biomaterial, o polímero canadense.

Aqui no Brasil, pesquisadores da USP (Universidade de São Paulo), em Ribeirão Preto, iniciaram, no ano passado, testes de combinações de células-tronco extraídas da medula óssea para tratamento de pacientes com diabetes tipo 1 – pesquisa feita em parceria com cientistas da Universidade Northwestern, em Illinois (EUA).

O diabetes mellitus tipo 1 (DM1) é uma doença autoimune, caracterizada pela destruição das células beta-pancreáticas produtoras de insulina, o que afeta a capacidade de metabolizar o açúcar. No pâncreas, as células beta se agrupam entre si e com outras células produtoras de hormônios, gerando pequenas ilhas (ilhotas) de tecido endócrino, que ficam distribuídas pelo tecido pancreático exócrino produtor de enzimas digestivas. O DM1 é de origem dupla (genética e ambiental) e costuma se desenvolver na infância e na adolescência, mas pode também acometer adultos. Se não for controlada, a doença pode afetar os rins, os olhos, a circulação e o coração – em casos extremos, mas frequentes, desencadeia cegueira e até amputações.

Em 2002, especialistas do Departamento de Bioquímica do Instituto de Química da USP foram os primeiros no Brasil a realizar estudos clínicos de transplantes de ilhotas (retiradas do pâncreas de doadores de órgãos), como alternativa no tratamento do DM1. Este grupo mostrou que as células beta humanas são capazes de gerar novas células produtoras de insulina e vem investindo esforços na geração de novos biomateriais que permitam encapsular as ilhotas, tornando-as mais aceitáveis ao organismo na ausência de um tratamento a base de imunossupressores. No entanto, vale ressaltar que este projeto ainda é de caráter experimental.

"Buscamos compostos e moléculas que sejam capazes de produzir um número maior de células beta produtoras de insulina", afirma a professora Mari Cleide Sogayar, do Instituto de Química da USP. "Uma das moléculas é o hormônio da lactação prolactina. Estamos tentando entender a base molecular (mecanismo) da ação deste hormônio na proliferação de célula beta. Esse é um lado muito promissor, pois se conseguirmos determinar qual o mecanismo de ação deste hormônio, será possível desenhar novas estratégias terapêuticas mais efetivas no combate ao diabetes".

Segundo afirma a especialista, como a obtenção de ilhotas é limitada pela baixa oferta de órgãos (pâncreas), as células-tronco são utilizadas como uma fonte alternativa, sendo que, até agora, os melhores resultados são obtidos quando se parte das células-tronco embrionárias (CTEs). "As células-tronco embrionárias são pluripotentes, ou seja, podem se tornar qualquer tipo de tecido, a depender da composição do meio", completa a geneticista.

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Comentário CCB:

No Brasil, cientistas trabalham muito e conseguem repercussão internacional, apesar das limitações técnicas.



Fonte: Canal de Saúde

Publicado em: 15 de dezembro de 2011 às 00:12.
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