Atendimento por WhatsApp 55 11 99102-2709

Notícias

Geneticista explica como funciona o transplante de células-tronco e o que podemos esperar no futuro

Ganhou destaque na mídia o autotransplante de células-tronco a que foi submetido o ator Reynaldo Gianecchini, que faz tratamento contra um tipo raro de linfoma (não Hodgkin de células T, uma espécie de "câncer no sangue"). A Sociedade Brasileira de Genética (SBG) mantém o portal Saiba Mais Sobre Biotecnologia, que ajuda a tirar dúvidas sobre células-tronco e outros temas, e explica como funciona esse tipo de transplante e o que pesquisadores já vislumbram como novas possibilidades de aplicação na Medicina.

Células-tronco são células que têm a capacidade de gerar todos os outros tipos de células, de todos os tecidos (sejam da pelo, do sistema nervoso, órgãos, etc.). No caso do tratamento para linfoma, entre as sessões de quimioterapia, os médicos colhem, a partir da medula, algumas dessas células que produzem células do sangue e as separaram, com máquinas, das demais células. Em seguida, as prepararam para serem reintroduzidos na medula após outras sessões de quimioterapia (que destroem as células doentes). Após algumas semanas, o organismo retoma a produção normal de células do sangue – e, caso o linfoma não esteja mais presente, o paciente está curado.

"A utilização das células da medula óssea já vem sendo feita há décadas, com a intenção de tratar as doenças no sangue", explica a professora Lygia Pereira, geneticista do LaNCE (Laboratório Nacional de Células-Tronco Embrionárias), ligado à Universidade de São Paulo (USP) e à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

"Já há um bom número de pesquisas em andamento procurando utilizar as células da medula óssea para tratar outras doenças que não sejam sanguíneas, como problemas cardíacos, diabetes e até alguns tipos de câncer", afirma Lygia. A possibilidade, segundo a geneticista, é de utilização clínica de células-tronco embrionárias (CTEs) e de células-tronco pluripotentes induzidas (IPS, na abreviação em inglês, desenvolvidas a partir de células-tronco adultas modificadas em laboratório).

No início de 2012, a revista "The Lancet" divulgou os resultados de um teste de uma terapia com CTEs, por meio de transplantes, feito em duas mulheres cegas, com resultados iniciais satisfatórios.

Com relação aos estudos com CTEs no país, há grupos que as utilizam em pesquisas, mas somente em animais ainda. "O Ministério da Saúde fez grandes investimentos para gerar grupos de estudos que estudassem as células embrionárias, mas foi há pouco tempo. Temos que recuperar nosso atraso, para que em alguns anos também possamos testá-las em humanos", destaca a professora.

Já as pesquisas com as células IPS ainda estão em fases iniciais. "As primeiras células IPS de humanos foram produzidas em 2007. São tecnologias recentes e ainda estão dando os primeiros passos", explica Lygia. Para médicos, cientistas e portadores de doenças hoje incuráveis, a expectativa é alta: por serem produzidas em laboratório, as pesquisas nas esbarram nas limitações legais a que as CTEs estão submetidas, por exemplo.

Você Sabia? Há dois tipos de transplantes de células-tronco: o que as células podem vir de um doador compatível (transplante alogênico) ou as células podem vir do próprio paciente (transplante autólogo).

No caso dos transplantes autólogos, os médicos dão remédios aos pacientes para que, com isso, as células-tronco adultas possam ir para o sangue, onde podem ser coletadas. Utiliza-se um equipamento chamado máquina de aférese para coletar células-tronco para transplantes. Nela, o sangue é centrifugado e as células-tronco são separadas das demais células sanguíneas. Depois são congeladas, armazenadas e preservadas. Para que, com isso, possam ser utilizadas posteriormente para um transplante. É preciso coletar um número suficiente de células-tronco para realizar um transplante. A idade, a doença específica e as características biológicas na época do diagnóstico são fatores obrigatórios para a decisão de um transplante. No Brasil são permitidas pesquisas com células-tronco embrionárias, mas é necessário seguir as diretrizes da Lei de Biossegurança. Para obter as CTEs são utilizados embriões congelados em clínicas de fertilização in vitro há mais de três anos, ou que não podem mais ser implantados no útero, e que tenham o consentimento dos casais que os geraram.

Para aprender mais sobre animais, células-tronco, genética e biotecnologia e suas aplicações no presente e possibilidades no futuro, conheça o Portal Saiba Mais Sobre Biotecnologia, da SBG.

A SBG lançou o portal Saiba Mais Sobre Biotecnologia, com conteúdo online gratuito para estudantes, professores e quem mais tiver interesse e curiosidade em entender melhor o que é e quais são as aplicações possíveis para a manipulação genética. O portal já nasce como uma importante ferramenta de apoio a estudantes e professores de Ensino Médio, cursinhos, universidades e é dividido em cinco áreas: biotecnologia, vegetais transgênicos, animais transgênicos, terapia gênica e células-tronco. [http://saibamaisbiotec.com.br/moodle].

Perfil-A Sociedade Brasileira de Genética (SBG) reúne, desde 1955, geneticistas brasileiros e todas as pessoas interessadas em assuntos relacionados à genética. É filiada à Sociedade Brasileira Para o Progresso da Ciência e tem atualmente 1287 associados, entre professores, pesquisadores e profissionais ligados à centros de pesquisa, universidades, fundações e empresas. A entidade publica livros e edita duas revistas, assinadas pela elite da genética brasileira: Genetics and Molecular Biology, publicação científica internacional, e a Genética na Escola, voltada para professores de Ensino Médio e Superior. [www.sbg.org.br].

Comentário CCB:

Apesar das várias fontes de células-tronco disponíveis, as do cordão umbilical são as mais potentes e éticas.



Fonte: SBG

Publicado em: 21 de dezembro de 2011 às 00:12.
Imprimir

Central de Atendimento: 
São Paulo e Região: (11) 3059-0510 | DDG: 0800.770.1112 | E-mail: [email protected]
Av. Indianópolis, 1843/1861 - Indianópolis - São Paulo/SP - CEP: 04063-003