Alguns problemas de visão só podem ser resolvidos com uma nova córnea. Contudo, existem escassez de córneas para serem doadas e enorme fila para o transplante, o que aumenta as chances de cegueira para muitas pessoas que aguardam a cirurgia. Agora, pesquisadores da Universidade de Gotemburgo, na Suécia, conseguiram cultivar com sucesso, pela primeira vez, células estaminais em córneas humanas, o que, a longo prazo, pode diminuir e até eliminar a necessidade de doadores.
Na Suécia são realizados cerca de 500 transplantes de córnea por ano, sendo que, no mundo, esse número chega a 100.000. A córnea danificada pode deixar o paciente cego e, para que isso não aconteça, é preciso substituí-la por uma saudável. Contudo, para que a cirurgia seja realizada, é necessária uma nova córnea, que é doada.
Publicado na revista científica Acta Ophthalmological, o estudo utilizou as instalações do Hospital Universitário de Sahlgrenska e mostra que células-tronco humanas podem ser utilizadas para desenvolver o que os cientistas chamam de “células epiteliais”, que são cultivadas em laboratório no período de seis a 16 dias.
Os primeiros estudos foram feitos com animais e, agora, com a pesquisa em células humanas, os cientistas acreditam ter dado o primeiro passo para poder curar muitos problemas de visão sem a necessidade de doadores. “Se pudermos estabelecer um método de rotina para isso, a disponibilidade de material para os pacientes que precisam de uma nova córnea será essencialmente ilimitada. Tanto os procedimentos cirúrgicos e pós-tratamento também se tornarão muito mais simples”, diz Ulf Stenevi, coordenador da pesquisa.
Recuperação de córnea, tem sido alvo de estudos em muitos centros de pesquisas, inclusive no Brasil, através de células-tronco retiradas de polpa de dente descido (dente de leite).
Fonte: Ciência