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Cientistas brasileiros usam células-tronco para tratar dores de angina

Cientistas brasileiros conseguiram comprovar a eficácia do uso de células-tronco no tratamento de angina refratária, ou seja, a dor no peito que não passa com nada, nem com os tratamentos mais modernos. Não se sabe ao certo a causa desse problema, mas, muito provavelmente, há fatores genéticos envolvidos. O estudo brasileiro foi coordenado por Nelson Hossne, diretor-médico de um importante centro de pesquisa, sob orientação do professor Enio Buffolo, e foiá apresentado no Congresso Internacional de Insuficiência Coronariana, em Veneza. Atualmente, inexiste tratamento eficaz para esses pacientes.

Segundo Hossne, a angina pode ser classificada de um a quatro e ocorre quando há obstrução nas coronárias e o músculo cardíaco deixa de receber a quantidade necessária de sangue. Isso provoca fadiga e intensa dor no peito. A de grau 4 é a pior e a pessoa sente dor incapacitante, ao menor esforço.

Estima-se que cerca de 15% dos pacientes com insuficiência coronariana crônica vão sofrer de angina refratária, diz Hossne. A Mayo Clinic, nos Estados Unidos, registra 200 mil novos casos por ano. Por suposição, ele afirma que devemos ter um número semelhante no Brasil, ou pouco menos. A maioria desses pacientes tem entre 50 a 60 anos.

"Eles passam por várias internações, tanto em pronto-socorros quanto em enfermarias e UTIs. Acarretam altos custos para o sistema público e privado de saúde. Por apresentarem, em sua grande maioria (3/4), função cardíaca normal, o seu maior problema é a qualidade de vida extremamente ruim", diz Hossne. "E os tratamentos alternativos, como o laser transmiocárdico ou terapias de contrapulsação externa, não têm resultados consistentes ou eficazes em estudos".

O tratamento no grupo selecionado para a pesquisa com células-tronco foi realizado em apenas uma etapa. A medula óssea do paciente é coletada (punções, com agulhas, nos ossos posteriores da bacia, seguida de aspiração), sob anestesia. Após a preparação e a manipulação da medula para separação e obtenção das células-tronco, estas são injetadas diretamente no músculo do coração; nas áreas em sofrimento — responsáveis pela dor do paciente —, através de uma pequena incisão (abertura) no tórax. Uma vez que as células- tronco são obtidas do próprio indivíduo (utilizando-se da mesma anestesia), o risco de rejeição é zero. O objetivo desse tratamento é a formação de novos vasos sanguíneos, a neoangiogenese.

"Os resultados comprovam esse efeito e o estudo esta quase finalizado. Muito provavelmente, os próximos passos incluem entender os mecanismos de ação de um tipo especifico de células-tronco, os promonócitos, intimamente relacionados à neoangiogenese; uma contribuição pioneira no mundo em um estudo clínico. Outro passo será disponibilizar esta terapia para os pacientes que necessitam de novos vasos sanguíneos no coração; e que não têm outra opção de terapia eficaz", acrescenta o médico.

Desde 2005, os pesquisadores vêm avaliando um grupo de 20 pacientes com idades entre 53 e 79 anos que sofriam de angina refratária e não tinham mais opções cirúrgicas nem respondiam ao tratamento clínico. Depois da terapia com células-tronco, 80% deles apresentaram normalização do fluxo sanguíneo na área afetada. Metade dos voluntários deixou de sentir dor e os demais tiveram poucos episódios de sofrimento e, ainda assim, apenas quando realizam esforços físicos intensos. Cerca de 90% deles retomaram às atividades quatro meses após o procedimento cardíaco. Segundo os autores da pesquisa, não se trata de um efeito transitório.

Comentário CCB:

A associação público privada, oferece oportunidade de pesquisas que valorizam em muito o cientista brasileiro.



Fonte: Saúde

Publicado em: 22 de março de 2012 às 00:03.
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