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Pesquisa inovadora da Funed estuda a aplicação de células-tronco no tratamento da diabetes

Uma parceria inédita no país firmada entre a Fundação Ezequiel Dias (Funed) e a empresa GID Brasil pode resultar numa proposta de terapia definitiva não só para diabetes como para outras doenças causadas por morte de tecidos. Uma série de pesquisas será realizada na Funed a partir de células-tronco retiradas de gordura (tecido adiposo). "O grande objetivo da iniciativa é incorporar a terapia celular no Sistema Único de Saúde (SUS) de modo a disponibilizá-la aos seus usuários", afirmou o presidente da Fundação, Augusto Monteiro Guimarães. A parceria conta com o apoio do Hospital Vila da Serra, do Banco do Desenvolvimento do Estado de Minas Gerais (BDMG) e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig).

A pesquisadora da Funed, Alessandra Matavel, relata que as células-tronco adultas têm aberto uma nova perspectiva para uma terapia definitiva do diabetes e suas complicações. Segundo Alessandra, o tratamento convencional com injeção de insulina demanda uso contínuo e a alternativa do transplante de ilhotas encontra barreiras na escassez de doadores e na utilização de imunossupressores para evitar o risco de rejeição. "O tratamento com células-tronco do próprio paciente, transformadas em ilhotas produtoras de insulina e com nenhum risco de rejeição, aumentaria enormemente a qualidade de vida desses pacientes, além de reduzir custo para o sistema de saúde. Seria uma terapia definitiva", explicou a pesquisadora.

Com o acordo, a GID Brasil irá fornecer para a Funed os equipamentos de laboratório para a realização de pesquisas com células-tronco extraídas do tecido adiposo (gordura). O tecido será retirado e processado no Hospital Vila da Serra por meio de uma cirurgia de lipoaspiração. Em seguida, as células-tronco serão encaminhadas para a Funed, onde será realizado o processo de caracterização e diferenciação em células produtoras de insulina. "Tudo será feito dentro dos requisitos técnico-sanitários determinados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), com prévio consentimento do paciente e de acordo com os regulamentos dos comitês de ética", enfatizou Alessandra.

A diretora de Pesquisa e Desenvolvimento da Funed, Esther Margarida Bastos, garante que o estudo com células-tronco é um campo muito promissor, capaz de revolucionar a medicina com o descobrimento de novas terapias. Inicialmente, a pesquisa irá trabalhar na terapia definitiva para o diabetes, considerando a larga abrangência da doença no país. "A doença faz mais vítimas fatais que o câncer de mama e o HIV juntos, mas também pretendemos tratar outras patologias no futuro", disse a diretora.

Segundo Esther, a plataforma que será disponibilizada para a Funed já é utilizada em outros países para terapias de reconstrução corporal pós-trauma ou câncer, para cicatrização de feridas complexas causadas por diabetes e radioterapias, queimaduras, artrites e rejuvenescimento. "Mas, no Brasil, a Funed é o primeiro laboratório público a trabalhar com células-tronco oriundas do tecido adiposo com a utilização da tecnologia GID. Disponibilizar esse tipo de terapia ao SUS é um passo importante para construirmos um sistema de saúde melhor", enalteceu a diretora.

O acordo foi assinado em setembro do ano passado entre a Funed e a GID Brasil, que já solicitou registro dos produtos que serão utilizados no processamento do tecido adiposo para retirada e concentração das células-tronco junto à Anvisa. Enquanto isso, a GID viabiliza a aquisição de equipamentos laboratoriais para a efetivação do Centro de Tecnologia Celular na sede da Funed. Todo material está sendo adquirido por meio do Pró-Inovação, com recursos do BDMG e da Fapemig.

Tão logo os produtos GID sejam registrados no Brasil, a Funed pode dar prosseguimento aos estudos e a expectativa é de que, nos próximos anos, a terapia celular seja disponibilizada para uso na rede pública de saúde em Minas Gerais e em todo o Brasil.

Benefícios das células-tronco - De acordo com a pesquisadora Alessandra Matavel, células-tronco do tecido adiposo podem ser encontradas em qualquer fase da vida, seu uso não está associado a questões éticas e religiosas e ainda é um procedimento autólogo, ou seja, são utilizadas células do próprio paciente. "Elas podem ser facilmente retiradas do corpo por meio de lipoaspiração ou cirurgia abdominal, sendo imediatamente disponíveis para utilização no próprio paciente ou para a diferenciação in vitro", destacou.

Segundo ela, estudos também demonstram que essas células são capazes de inibir o processo de rejeição pelo organismo, além de modular o processo inflamatório, propiciando melhor cicatrização. Além disso, segundo o diretor médico da GID Brasil, Duval de Barros Vieira, estudos já realizados em todo o mundo demonstram que um grama do tecido adiposo produz aproximadamente 250 mil células-tronco, quantidade muitas vezes superior que o número de células-tronco isolado a partir de outras fontes no organismo. "Aproximadamente 220 mil cirurgias estéticas de lipoaspiração são realizadas no Brasil a cada ano, produzindo rotineiramente grandes volumes de valiosos tecidos", explicou.

Tema foi debatido no Senado - A Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática do Senado Federal. O diretor-médico da GID Brasil vai falar do projeto durante o debate "Pesquisas e Novas Tecnologias sobre células-tronco e suas aplicações".

Comentário CCB:

A gordura como fonte de células-tronco, será muito útil para tratamentos estéticos e algumas doenças degenerativas.



Fonte: Agência Minas

Publicado em: 27 de junho de 2013 às 20:06.
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