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Pesquisa obtém vasos capilares de célula umbilical

Se passar da fase pré-clínica, estudo da PUC-PR será útil no tratamento de tromboses, entre outras doenças

Pesquisadores da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), em parceria com a Santa Casa de Misericórdia de Curitiba e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), do Rio, conseguiram criar, em laboratório, vasos capilares a partir de células endoteliais (de revestimento interno das veias) extraídas das células-tronco do sangue do cordão umbilical.

“Da forma como temos, é algo inédito”, afirmou o professor Paulo Brofman, coordenador da pesquisa de doutorado de Alexandra Senegaglia.

Com financiamento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Secretaria de Ciência e Tecnologia de Insumos do Ministério da Saúde, Alexandra conseguiu desenvolver um meio de cultura, formado por diversos fatores de crescimento, que estimularam a diferenciação da célula e sua multiplicação. A expectativa é que possa contribuir no tratamento de doenças isquêmicas, principalmente do coração e dos membros inferiores em portadores de diabete. A pesquisa foi desenvolvida nos últimos quatro anos e está agora em fase pré-clínica, com a utilização de animais.

Segundo os pesquisadores, a grande aposta da ciência e da terapia celular é na tentativa de regeneração de órgãos. Por isso, desenvolvem-se diferentes estudos com células-tronco, procurando as células específicas para cada caso ou, como neste, as células endoteliais que formam os vasos capilares. De acordo com Alexandra, os experimentos mais comumente realizados utilizam células mononucleares da medula óssea, das quais são separadas as células-tronco.

No entanto, elas possuem menos de 0,05% de células progenitoras endoteliais (células-tronco com potencial para dar origem a uma célula endotelial adulta) e carregam diferentes tipos celulares que podem diminuir a efetividade do transplante, podendo ainda gerar reações adversas. Por isso, a pesquisadora optou por trabalhar com o sangue do cordão umbilical, que possui 0,6% de células progenitoras endoteliais.

FATORES DE CRESCIMENTO - Seguindo os métodos normais, ela conseguiu isolar e purificar cerca de 550 mil células progenitoras endoteliais em 37 amostras de cordões umbilicais. “É muito pouco”, ponderou Brofman. Segundo ele, a equipe partiu, então, para o passo inédito do trabalho.

“Ela encontrou a mistura ideal de fatores de crescimento, multiplicando as células, no laboratório, em até 70 vezes”, destacou. Foram utilizados três indutores de multiplicação celular em diferentes dosagens até conseguir a ideal, que elevou o número de 550 mil células progenitoras para mais de 35 milhões de células endoteliais adultas. Segundo Brofman, as células são “extremamente puras e em um número razoável”.

Ao final de 27 dias, já se conseguiu uma placa forrada de células. E, a partir dessas, a cada quatro dias a multiplicação novamente acontecia na mesma quantidade. “As células diferenciadas formaram vasos capilares em 24 horas”, comemorou o professor.

Brofman acredita que essa nova linha de pesquisa pode permitir a utilização de células de cordão umbilical, armazenadas em bancos públicos e privados (mais informações nesta página), para outras doenças que não as hematológicas.

SEM REJEIÇÃO - A pesquisa tenta comprovar também que as células geradas nesse processo não provocariam rejeição nos pacientes.

Os testes com animais devem se encerrar no segundo semestre e, provavelmente no próximo ano, será solicitada à Comissão Nacional de Ética e Pesquisa a autorização para análise em pacientes. A pesquisa foi premiada, em abril, como o melhor trabalho do ano pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular, durante o congresso brasileiro, em São Paulo.

Comentário CCB:

Os estudos que são feitos a partir das células-tronco do sangue do cordão umbilical, mostram-se tão eficientes quanto as da medula.



Fonte: Ag. Estado

Publicado em: 25 de maio de 2008 às 00:05.
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