O protótipo de um retinógrafo que reduz custos de exames oftalmológicos e uma tecnologia para uso de células-tronco em medicamentos serão os representantes do Brasil no evento de inovação Falling Walls Lab deste ano, em Berlim.
O Falling Walls Lab é patrocinado pelo Conselho de Ciência e Inovação da Alemanha, em parceria com a consultoria A.T. Kearney.
O evento reúne pesquisadores e empreendedores do mundo inteiro que tenham ideias inovadoras de grande impacto para a sociedade.
No Brasil, dois pesquisadores foram selecionados para representar o país na final, em 8 de novembro, na Alemanha. Ao todo, 94 projetos foram inscritos e 14 chegaram à final, realizada em 19/9, no Instituto de Física da Universidade de São Paulo (USP).
Inovação em saúde - Formado em Ciência da Computação, José Augusto Stuchi apresentou o projeto de um retinógrafo portátil, acoplável ao smartphone. O dispositivo foi considerado a melhor ideia da noite e será um dos representantes brasileiros.
O empreendedor defendeu que o uso retinógrafo deve baratear os custos de exames oftalmológicos e atender, principalmente, cidades menores, deficientes de recursos para esse tipo de análise.
“Muitas pessoas ficam cegas no Brasil por falta de atendimento necessário, queremos mudar isso”, disse Stuchi durante a apresentação. A equipe, encabeçada por ele, conta ainda com profissionais de oftalmologia e clínicos de outras áreas.
A segunda ideia que representará o País na Alemanha também é da área da saúde. Diogo Biagi apresentou um projeto de uso de células tronco para testes de medicamentos e regeneração de órgãos.
“Acreditamos que as células podem ajudar a melhorar potencialmente a eficácia dos medicamentos. Além disso, no futuro, a evolução dessa tecnologia poderia ser usada para criar órgãos, diminuindo o sofrimento e a espera de pessoas que precisam de doação”, disse Biagi.
A participação de brasileiros na competição internacional é considerada forte entre os demais competidores internacionais. Martina Schulze, presidente do Conselho Diretor do Centro Alemão de Ciência e Inovação, ressalta a importância.
“O crescimento da inovação aqui é impressionante. No ano passado, o Brasil teve o maior número de finalistas dentre todos os outros países”, afirmou Schulze.
A representante da Alemanha acrescentou que os representantes terão oportunidade ainda de conhecer instituições alemãs que realizam pesquisas em suas respectivas áreas de conhecimento.
Apesar das dificuldades financeiras, os cientistas brasileiros se destacam no cenário mundial.