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Cientistas reconstroem 80% da pele de criança com grave doença genética

Um tratamento experimental que combinou desenvolvimentos nos campos de células-tronco e terapias genéticas salvou a vida de uma criança de sete anos com uma grave doença genética na Alemanha. O paciente, de sexo não revelado, sofre com uma forma severa de epidermólise bolhosa, mal que afeta a capacidade da epiderme, a camada mais externa da pele, de se unir com a derme, a mais profunda, deixando a pele frágil e sujeita a ferimentos que causam o surgimento de dolorosas bolhas e pode ser fatal. No caso, relatado em artigo publicado no site da prestigiada revista científica “Nature”, os cientistas usaram técnicas de terapia genética e cultura de células-tronco para reconstruir, e depois enxertar, 80% da pele da criança, que 21 meses depois não apresentava qualquer sinal de problemas.

No artigo, os pesquisadores liderados por Michele De Luca, do Centro Stefano Ferrari para Medicina Regenerativa da Universidade de Modena e Reggio Emilia, na Itália, contam como a criança deu entrada no hospital infantil da Universidade de Ruhr, Alemanha, em junho de 2015 em estado grave. Vítima de uma forma de epidermólise bolhosa juncional (EBJ) para qual não existe cura, sua epiderme estava literalmente se “descolando” da derme e, seis semanas depois da internação, ela já havia perdido cerca de 60% da pele, com os médicos considerando apenas intervenções paliativas à medida que sua condição se deteriorava.

O pai, desesperado, perguntou então se não havia tratamentos experimentais disponíveis e foi informado da possibilidade de transplante de culturas de células geneticamente modificadas da própria criança. Os médicos alertaram, no entanto, que a técnica só tinha sido experimentada em outras duas ocasiões e em pequenas áreas do corpo. Além disso, dada a condição crítica de criança, as próprias operações de enxerto da pele geneticamente modificada poderiam ser fatais, assim como o risco de desenvolvimento de tumores no futuro. Mesmo assim, os pais concordaram em seguir em frente com o tratamento experimental, e após aprovações éticas tanto na Alemanha quanto na Itália com base em argumentos compassivos, De Luca e sua equipe, responsáveis pelos dois experimentos anteriores com a técnica, foram convocados.

No tratamento, os cientistas extraíram uma pequena área de pele da criança ainda não afetada pelas bolhas na região inguinal, na parte interna da coxa esquerda. Da amostra, eles isolaram células de um tipo conhecido como queratinócitos, ou ceratinócitos, que formam a epiderme, produzindo as culturas originais das células do paciente. As células destas culturas foram então modificadas com a ajuda de um vírus, que introduziu nelas a versão funcional do gene LAMB3, cujo defeito provocava a doença na criança. Alteradas, estas células serviram de base para a produção dos extensos enxertos de pele que depois foram transplantados na criança, salvando sua vida.

Comentário CCB:

A terapia celular associada a imunoterapia, estão trazendo excelentes resultados em diversos tratamentos.

Fonte: O Globo

Publicado em: 16 de novembro de 2017 às 21:11.
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