Uma equipe de institutos de pesquisa japoneses quer caçar as células-tronco dos cânceres humanos empregando uma tecnologia de sensor de observação ultraprecisa usada no satélite de astronomia Hitomi.
A Agência de Exploração Aeroespacial do Japão (JAXA) e o Instituto Kavli de Física e Matemática do Universo da Universidade de Tóquio (IPMU) produzirão um protótipo de detector até 2020 e o testarão em camundongos.
Pesquisadores acreditam que as células-tronco dos cânceres são fortes o suficiente para sobreviver à cirurgia, à quimioterapia e aos tratamentos de radiação usados para eliminar as células cancerígenas e depois proliferar, fazendo com que o câncer ressurja e produza metástases.
Para eliminar totalmente o câncer, é necessário entender com precisão onde suas células-tronco existem no corpo humano e suas quantidades.
A IPMU e a JAXA estabeleceram no ano passado um centro de pesquisa conjunta para as ciências aeroespaciais e médicas. A partir deste mês, os institutos promoverão plenamente sua pesquisa convidando pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade Keio e da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de Tóquio, disseram fontes da equipe.
A equipe vai lançar um trabalho para desenvolver um isótopo radioativo que adere apenas às células-tronco cancerígenas e um dispositivo para rastreá-las que usa uma tecnologia de sensores instalada em Hitomi, o satélite de astronomia por raios-X da JAXA.
O dispositivo permitirá que doenças como o câncer cerebral, que é difícil de detectar na tomografia por emissão de pósitrons (PET), sejam rastreadas tridimensionalmente com uma precisão de 0,1 mm ou menos, disseram as fontes.
Hideyuki Saya, vice-diretor do Hospital Universitário Keio e membro da equipe de pesquisa, disse que o câncer cerebral pode ocorrer mesmo que nenhuma de suas células-tronco seja encontrada via PET. O novo dispositivo permitirá detectá-los sem falhas, disse ele.
A tecnologia associada à biologia, a cada dia que passa, está atingindo níveis nunca antes imaginado.