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Células-tronco permitem transplante de rins sem uso de remédios para rejeição

Cientistas da califórnia testaram um novo tipo de transplante renal em três crianças e, passados 36 meses, os pacientes estão bem e não fazem uso de nenhum remédio imunossupressor — algo que é considerado "estranho" e altamente incomum após este tipo de procedimento. A questão é que, em conjunto, ocorreu também o transplante de células-tronco da medula óssea, o que permitiu a mudança no pós-operatório.

Crianças passam por transplante de rim inovador, envolvendo células-tronco (Imagem: AtlasComposer/Envato)

Depois dos primeiros e animadores resultados, a agência Food and Drug Administration (FDA) autorizou a ampliação dos testes para este novo tipo de transplante duplo — oficialmente, conhecido como transplante duplo imune/órgão sólido (Disot, em inglês) — nos Estados Unidos.

Agora, os pesquisadores da Universidade Stanford poderão testar o procedimento em outras crianças e adultos jovens com síndromes raras. No futuro, testes deverão ocorrer também em adultos e a técnica poderá ser adaptada para o transplante de outros órgãos sólidos, como coração, pulmão, fígado e pâncreas.

Por que esse transplante de rins é inovador?

Os detalhes dessa inovadora técnica de transplante de rins foram publicados em um artigo na revista científica New England Journal of Medicine (Nejm). Anteriormente, cirurgiões e pesquisadores testaram técnicas similares, mas os resultados eram inclusivos e, em algum momento, os pacientes precisavam usar, de forma contínua, remédios para evitar a rejeição da doação dos rins.

Para entender a nova proposta de cirurgia, os pacientes recrutados para o estudo sofriam com problemas imunológicos e insuficiência renal, ou seja, eram casos altamente graves, onde faltavam alternativas de tratamentos seguras e eficazes.

No experimento, as crianças passaram por sessões de radiação no hospital, o que comprometeu e danificou o funcionamento de suas respectivas medulas ósseas. Em seguida, receberam o transplante de células-tronco da medula óssea de um dos seus pais. Passados cinco a 10 meses, após a recuperação do primeiro transplante, cada indivíduo recebeu um rim do mesmo pai que doou as células-tronco.

Sem uso de remédios para rejeição

Hoje, “eles estão fazendo tudo: vão à escola, saem de férias, praticam esportes”, afirma Alice Bertaina, professora associada da Stanford Medicine e uma das autoras do estudo, em comunicado. “Eles estão tendo uma vida completamente normal", acrescenta. Inclusive, a medula óssea e o rim doados foram incorporados pelo organismo.

Isso somente foi possível por causa da nova técnica, que elimina a possibilidade do receptor sofrer rejeição imunológica do órgão transplantado. Aqui, vale destacar que a rejeição de órgãos é a razão mais comum para um segundo transplante de órgão.

Na trajetória de adaptação, os remédios imunossupressores foram usador por apenas 30 dias após a cirurgia, quando a medula óssea estava em fase de formação. Passado este período, os remédios para impedir a rejeição não foram mais usados, o que é uma verdadeira inovação do tratamento de pessoas transplantadas.

Como regra, as pessoas que passam por este procedimento usam medicações do tipo por toda a vida. De forma contínua, os imunossupressores impactam a qualidade do sistema imunológico dos indivíduos e eles correm mais riscos quando o assunto são infecções e cânceres.

Comentário CCB:

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Fonte: canaltech | Fidel Forato

Publicado em: 26 de julho de 2022 às 13:07.
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