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Lesões nos tendões poderão ser reparadas com seda

As lesões do tendão são bem conhecidas por seus processos de cicatrização demorados e difíceis - e, muitas vezes, incompletos.

A fibroína dos casulos de bicho-da-seda é usada em andaimes para tecidos regenerativos otimizados para reparo de tendões. 

Movimentos súbitos ou repetitivos, vivenciados por atletas e trabalhadores, por exemplo, aumentam o risco de rasgos ou rupturas nos tendões - por razões ainda desconhecidas, o risco de lesão é maior nas mulheres. Além disso, pessoas que sofrem com essas lesões são mais propensas a novas lesões no local ou nunca se recuperam totalmente.

Os tendões são aglomerados de tecido conjuntivo fibroso que unem os músculos aos ossos. Isso significa que são tecidos moles ligados a ossos rígidos, o que cria uma interface complexa com uma estrutura muito específica. Após a lesão, essa estrutura é rompida e o tecido conjuntivo muda de uma formação linear para uma formação dobrada. Também pode haver excesso de cicatrização, alterando as propriedades mecânicas do tendão e sua capacidade de suportar cargas.

Durante o processo natural de cura do corpo, o tendão e outras células são recrutadas para reconstruir a matriz original, com fibras de tecido conjuntivo alinhadas. Mas essa reconstrução pode levar semanas a meses e o tendão resultante é muitas vezes imperfeito. Isso resulta em fraqueza, dor crônica e diminuição da qualidade de vida.

Os tratamentos atuais incluem enxertos de tecido de tendão de pacientes ou doadores, mas há riscos como infecções, rejeição de transplante ou necrose. Também já foram tentados transplantes sintéticos, mas problemas mecânicos, de biocompatibilidade e biodegradação têm dificultado esses esforços. E outra abordagem, envolvendo o uso células-tronco mesenquimais (MSCs), tem tropeçado na quantidade exageradamente alta de células e na dificuldade de colocá-las no local certo.

Suporte de seda para o tendão

Uma abordagem alternativa tem sido a construção de estruturas de biomateriais, ou andaimes, onde são introduzidas MSCs e fatores de crescimento para gerar um novo tendão.

É aqui entra a boa notícia: Yumeng Xue e seus colegas do Instituto Terasaki de Inovação Biomédica (Japão) utilizaram fibroína, uma proteína da seda produzida pelo bicho-da-seda Bombyx mori, para desenvolver um método que produziu melhorias significativas na regeneração do tendão por células-tronco.

A fim de melhorar a capacidade do andaime de regeneração do tecido, a equipe juntou a fibroína de seda com GelMA, um gel à base de gelatina que retém água, devido à sua biocompatibilidade, degradação controlável, rigidez e capacidade de promover a fixação e o crescimento celular.

Os testes em animais mostraram resultados que superam todas as tentativas anteriores, dando finalmente a esperança de um tratamento mais eficaz para as lesões de tensões.

"Os efeitos sinergísticos da capacidade do GelMA de servir como suporte para a formação de tecido regenerativo e as vantagens estruturais da fibroína de seda tornam nosso material compósito adequado para o reparo de tendões," reafirmou o professor HanJun Kim, coordenador da equipe.

O próximo passo será traduzir os resultados obtidos nas cobaias para pacientes humanos.

Checagem com artigo científico:

Artigo: Co-electrospun silk fibroin and gelatin methacryloyl sheet seeded with mesenchymal stem cells for tendon regeneration

Autores: Yumeng Xue, Han-Jun Kim, Junmin Lee, Yaowen Liu, Tyler Hoffman, Yi Chen, Xingwu Zhou, Wujin Sun, Shiming Zhang, Hyun-Jong Cho, JiYong Lee, Heemin Kang, WonHyoung Ryu, Chang-Moon Lee, Samad Ahadian, Mehmet R. Dokmeci, Bo Lei, KangJu Lee, Ali Khademhosseini

Publicação: Small

DOI: 10.1002/smll.202107714

Comentário CCB:

As bioimpressoras 3D facilitam a formação dos suportes para aplicação celular.

Fonte: Diário da saúde

Publicado em: 27 de setembro de 2022 às 21:09.
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