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Cientistas na Bahia produzem carne impressa por computador

Pesquisadores do Centro Tecnológico e Universitário Senai Cimatec preveem que em 2023 já exista o 'bife impresso'

Bioimpressoras constroem lentamente estrutura com fibras e gordura, rica em proteína e com células extraídas de animais.Foto: Reprodução

Cientistas e pesquisadores do Centro Tecnológico e Universitário Senai Cimatec, em Piatã, na Bahia, estão utilizando desde dezembro de 2021, uma bioimpressora, que é capaz de construir uma estrutura com fibras, gordura e proteínas originadas de células extraídas de animais. O equipamento monta a carne celular e é capaz de determinar maciez, calorias, nutrientes e até se ela terá gosto de picanha ou maminha, por exemplo. O preço do quilo, por enquanto, não é nada atrativo, sai ao custo de R$ 5,3 mil.

Segundo os cientistas, desde dezembro todos os dias um pedacinho de carne é produzido e testado, para se chegar a uma estrtutura semelhante à da carne natural, inclusive com a mesma cor e tabela nutricional. Eles acreditam que em 2023 já poderá haver um 'bife de laboratório' produzido por lá.

Como é feita

A carne celular é produzida sem abate de animais. O segredo está na estrutura celular, principal fator. Cientistas extraem células-tronco, que podem sem retiradas do cordão umbilical ou mesmo da pele da vaca.

O material vai para um biorreator, onde as células se multiplicam. Quando tiverem quantidade suficiente, diferenciam o tipo de tecido, textura e sabor para a carne. Com um hidrogel, as células se tornam líquidas e transparentes. Corantes de beterraba ou cenoura vão ajustando as cores, até que ela tenha a cor ideal.

Quando são incluídos vitaminas e proteínas, a carne perde a transparência e escurece. Equilibrar todos esses componentes é que dará a cor, sabor e tabela nutricional desejada.

Depois de impressas, as carnes vão para um meio de cultura, onde as células adquirem proteínas e vitaminas suficientes. O papel que o sangue faria em um corpo vivo.

Para Josiane Dantas, doutora e professora do Senai Cimatec, com pós-doutorado em Nanotecnologia e Materiais Bio-inspirados, pela Universidade da Califórnia, Estados Unidos, o laboratório já conseguiu que 70% das células permaneçam vivas nessa fase. Se elas morrem, a carne apodrece.

Segundo a cientista, a criação da carne em laboratório é ainda algo muito novo, mas ela acredita que isso possa mudar a forma de as pessoas se alimentarem. Josiane vê a possibilidade de que em um supermercado, daqui a alguns anos, as pessoas possam escolher entre comprar uma carne de origem diretamente do animal ou celular, o que pode, inclusive, abrir possibilidades para quem nunca comeu carne.

Custo

Além de ser aceita, gostosa e ter os nutrientes necessários, a carne celular precisa ainda vencer outro obstáculo. O preço. O primeiro bife fabricado no planeta foi em 2013, pela pela Universidade de Maastricht, na Holanda, e custou quase R$ 2 milhões.

Um quilo da carne produzina na Bahia, hoje, custa em média R$ 5.378,50, na cotação atual do dólar. Os especialistas acreditam que o valor não é desânimo para investidores, e que com a tecnologia consolidada é questão de tempo para o valor diminuir.

Comentário CCB:

A biotecnologia projetando o futuro no Brasil.

Fonte: atribuna

Publicado em: 16 de novembro de 2022 às 14:11.
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