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Pesquisa com “minicérebros” busca entender os efeitos da Ayahuasca

Estudos com substância do cipó usado no chá mostra aumento da neurogênese e alteração no transporte de proteína relacionada à Alzheimer

Imagem: Reprodução

A ayahuasca, uma antiga bebida usada por povos indígenas amazônicos há milênios, aparece por muito tempo como uma fonte de mistério e questionamentos para a ciência. Enquanto a comunidade científica tem avançado na compreensão dos psicodélicos, a identificação precisa dos componentes ativos da ayahuasca tem sido um enigma. Recentemente, no entanto, novas descobertas lançaram luz sobre essa questão intrigante.

Pesquisadores brasileiros, liderados pelo renomado neurocientista Stevens Rehen no Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino (Idor) no Rio de Janeiro, estão conduzindo experimentos revolucionários com “minicérebros”, organoides especificamente, na busca por compreender os efeitos da ayahuasca e, em particular , do componente chamado harmina.

Rehen, que teve seu interesse despertado pelos psicodélicos durante uma conferência de ayahuasca nos anos 90, se propôs a desvendar o impacto da ayahuasca no sistema nervoso e suas potenciais aplicações terapêuticas. A bebida é uma combinação de duas plantas: a chacrona, contendo a N,N-Dimetiltriptamina (DMT), um psicodélico poderoso, e o cipó mariri, que é rico em harmina.

A hipótese mais aceita até recentemente era que o DMT na ayahuasca era o principal agente psicoativo. No entanto, pesquisas recentes em minicérebros sugerem que a harmina, um alcaloide presente no cipó, desempenha um papel crucial na preservação da integridade do DMT até que ela alcance o cérebro, ativando os receptores de serotonina e desencadeando seus efeitos.

Estudos envolvendo minicérebros revelaram que a harmina aumenta a neurogênese e afeta o transporte de proteínas associadas à doença de Alzheimer. Isso aponta para o fato de que o efeito neurogênico da ayahuasca pode não ser atribuído exclusivamente ao DMT, contrariando o mencionado acima.

A identificação do princípio ativo da ayahuasca, especialmente a harmina, está no centro do diálogo entre a ciência acadêmica e os conhecimentos indígenas, como discutido no livro “Plantas Mestras: Tabaco e Ayahuasca”. Jeremy Narby, um antropólogo canadense, e o curandeiro peruano Rafael Chanchari Pizuri argumentam que a harmina possui uma ampla variedade de propriedades benéficas para a saúde, incluindo a formação de novos neurônios e possíveis propriedades antidepressivas, antiparkinsonianas e antitumorais.

Além da harmina, a equipe de Stevens Rehen tem explorado os efeitos de outros psicodélicos, como o LSD, 5-MeO-DMT e psilocibina, em processos relacionados à memória, regeneração e inflamação, usando minicérebros como um avatar do cérebro humano.

Embora a pesquisa psicodélica no Brasil esteja ganhando destaque internacional, os recursos financeiros continuam tendo uma limitação significativa. Mais financiamento poderia contribuir ainda mais essas promessas de investigações, abrindo portas para uma compreensão mais profunda dos benefícios terapêuticos da ayahuasca e de outras substâncias psicodélicas.

Comentário CCB:

A ciência moderna buscando recursos no conhecimento antigo.

Fonte: sechat

Publicado em: 26 de fevereiro de 2024 às 14:02.
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