No terceiro dia das comemorações dos 74 anos do Instituto Aggeu Magalhães (IAM/Fiocruz), uma mesa-redonda reuniu especialistas para debater a “Importância dos estudos com células-tronco na saúde: doenças cardíacas”.
O evento, mediado pela pesquisadora e vice-diretora de Ensino e Informação Científica do IAM, Sheilla Oliveira, contou com a participação da pesquisadora do Instituto Gonçalo Moniz (IGM/Fiocruz) Milena Botelho Pereira e dos pesquisadores do Instituto Carlos Chagas (ICC/Fiocruz) Bruno Dallagiovanna, e Rubens Gomes Junior. Durante a mesa-redonda, os cientistas apresentaram suas investigações e discutiram os avanços e desafios no uso das células-tronco para o tratamento de doenças cardíacas.
A cientista Milena Botelho Pereira abordou a aplicação da terapia celular na cardiopatia chagásica crônica, uma condição relacionada à doença de chagas, causada por um parasita (Trypanosoma cruzi) que afeta diversas partes do organismo. Ela destacou os esforços iniciais de tratar a cardiopatia com transplante de células-tronco, aproveitando o potencial regenerativo das células.
“Realizamos estudos recentes focados em novos antiparasitas e no uso de células-tronco mesenquimais. Em um dos experimentos, foram tratados 30 pacientes com o autotransplante de células da medula óssea, resultando em melhorias significativas na qualidade de vida dos participantes”, explicou a pesquisadora.
Por sua vez, Bruno Dallagiovanna, apresentou pesquisas sobre células-tronco pluripotentes e o potencial cardiogênico das células mesenquimais, além de discutir a biofabricação de um curativo cardíaco. Este último, um avanço na medicina regenerativa, visa reparar danos ao coração utilizando células-tronco para criar tecidos saudáveis.
Rubens Gomes Junior complementou o debate ao explorar a regeneração cardíaca a partir de células-tronco. Ele destacou que as doenças cardiovasculares são uma preocupação global e que os estudos têm avançado na compreensão dos mecanismos moleculares envolvidos na diferenciação cardíaca. O cientista sugere que houve progresso significativo na compreensão dos reguladores e mecanismos que influenciam a formação de tecidos cardíacos, oferecendo novas perspectivas para tratamentos futuros.
A mesa-redonda reforçou o compromisso da Fiocruz em liderar pesquisas de ponta na área da saúde, com foco em soluções inovadoras que possam transformar o tratamento de doenças cardíacas, beneficiando milhões de pessoas em todo o mundo.
A Fiocruz é pioneira em estudo com células-tronco através do saudoso Dr Ricardo Ribeiro.