O cientista brasileiro Alysson Muotri, professor da Universidade da Califórnia em San Diego, liderará uma missão espacial em 2025 com o objetivo de buscar tratamentos para o autismo severo e a Doença de Alzheimer.
A missão, organizada pela Nasa, inclui o envio de organoides cerebrais — estruturas que imitam aspectos do cérebro humano, criadas a partir de células-tronco. Segundo Muotri, a experiência permitirá observar como a microgravidade pode acelerar o envelhecimento dessas estruturas, simulando anos de progressão neurológica em poucos dias.
Muotri e outros quatro cientistas embarcarão no foguete Falcon 9, da SpaceX, rumo à Estação Espacial Internacional (ISS). Durante a missão, os pesquisadores aplicarão compostos bioativos de plantas amazônicas nos organoides para testar possíveis efeitos protetores contra o Alzheimer. O uso desses compostos é parte de uma parceria com a Universidade Federal do Amazonas (Ufam), garantindo que tribos indígenas, que colaboraram na descoberta de certos bioativos, recebam parte dos recursos de uma futura comercialização dos tratamentos.
Além da pesquisa, Muotri vê na missão uma oportunidade para potencializar tratamentos que futuramente possam ser oferecidos pelo SUS (Sistema Único de Saúde). A expectativa é de que a presença dos cientistas na ISS, interagindo diretamente com os organoides, traga respostas aceleradas e avanços no entendimento dessas doenças, visando terapias que poderão beneficiar milhões de pessoas com Alzheimer e autismo severo.
O Dr. Alysson é um dos pioneiros no estudo e entusiasta da terapia celular em doenças neurológicas.