Por um pequeno corte, o pesquisador injeta as células-tronco
A Bahia é o estado com maior número de pacientes com anemia falciforme, mas é também o único estado onde é feito o transplante de células-tronco para tratar uma das consequências da doença, as dores nas articulações.
Tranquila, a aposentada Francimeire de Assis dispensou a maca e é levada para a sala de cirurgia por causa de uma lesão no lado esquerdo do fêmur, causada pela falta de circulação nos ossos – lesão desenvolvida por quase 10% dos portadores de anemia falciforme.
‘Eu não aguentava subir uma escada e nem fazer uma longa caminhada. Sentia muitas dores, conta. A recomendação médica é o transplante de células-tronco. O transplante é indicado no momento em que a cabeça femural está necrosando na fase inicial, explica o médico Gildásio Daltro.
A operação é feita por dois médicos. Primeiro, o hematologista aspira células da medula da paciente. O material é colocado em uma máquina para isolar as células-tronco das outras que compõem o sangue.
É por um pequeno corte de dois centímetros que o pesquisador coloca uma sonda até o local da lesão. Em seguida, injeta na parte do osso lesionada 40ml de células-tronco.
No Brasil, o transplante de células-tronco nos portadores de anemia falciforme só é realizado no Hospital das Clínicas da Universidade Federal da Bahia.
Até agora, os pacientes transplantados conseguiram recuperar mais de 80% dos movimentos. À partir de 45 dias começa a restauração e a regeneração desse tecido ósseo. Em torno de seis meses tem os movimentos recuperados’, prevê o especialista.
Vinte cirurgias como esta já foram feitas. Outras 30 estão programadas até dezembro deste ano.
A restauração de cabeça de femur, irá aposentar em breve as próteses muito usadas em idosos após trauma.
Fonte: iBahia - BATV